Cores Mortas
Vejo pessoas em branco e preto
Que se misturam ao cinza do concreto,
Desaparecem na sombra dos prédios,
Dissolvem a luz do sol.
Me pergunto se ainda tenho cores.
Eu as vejo no espelho,
Mas não confio mais em meus olhos.
Com que cores você me vê?
Ainda é vermelho o meu sangue ?
Ou virou calda de chocolate,
Sangue cinza que escorre
Pelo ralo daqueles filmes antigos.
Ainda há cor nos meus olhos?
Ou são olhos tristes e opacos de boneca.
Olhar morto e acrílico que não olha
Nem dá o luxo de não olhar.
Seria muita arrogância acreditar
Ser um ponto colorido no manto cinza?
Uma garotinha de casaco vermelho ...
Talvez Dorothy saiba a resposta.
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