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The world's little window to myself

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sábado, fevereiro 17, 2007



Amor de verdade é uma coisa gostosa,
Que te faz nascer de novo.
Mais vivo, mais feliz e mais completo do que antes.

Amor de verdade não é fogo que arde nem ferida que dói.
É um calor agradável que vira fogueira de vez em quando.
É um friozinho na espinha sempre que a gente se beija.

Amor de verdade não é contrário a si.
Nem causa dor ou sofrimento.
Quem faz isso é a saudade.
Amor de verdade é cura, não enfermidade.

Amor de verdade é simples,
Dispensa rima, métrica ou forma.
Amor de verdade é o nosso.
E pra você eu não preciso explicar amor.

Você já sabe.


Porque, às vezes, simplesmente deixamos coisas de lado?
Deixamos de escrever em nossos blogs.
Deixamos de falar com amigos.
Deixamos de ir a certos lugares.
Deixamos de lembrar.
Deixamos que nos esqueçam.
Difícil entender.
Mais difícil ainda é voltar e retomar o que ficou esquecido.
Às vezes parece que vivemos nossas vidas em barcos, e voltar para buscar algo que deixamos para trás significa pular no mar e sair nadando.
Por isso, quanto maior o tempo, maior a distância, pior a tarefa.
Muitas pessoas têm medo de nadar...
Talvez estejamos mesmo em barcos, mas, se for o caso, não estaríamos no comando deles? Não deveria ser fácil, então, pegar o telefone e fazer aquela ligação que você prometeu fazer há dois ou três ou dez anos?
E por que não é?
Aceitar que somos incapazes de retomar coisas que deixamos para trás seria o mesmo que aceitar que não temos controle sobre nossas vidas, e que elas são regidas por forças superiores à nossa vontade ou compreensão.
Por analogia, minha relutância em voltar a escrever seria um indicativo de que Deus existe? Se for o caso, como isso foi benéfico para minha vidinha insignificante ou mesmo em um contexto universal? Meus textos eram tão ruins assim?
Não sei se alguém vai chegar a ler este post, mas escrevê-lo foi um tesão.
Isso foi...

sexta-feira, outubro 29, 2004

Rebirth

As much as nothing lasts forever
Nothing trully dies.
Wanna be immortal?
Forget the time.
Live forever in a moment.
Eternity in one breath.
One kiss.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Metamorfose


Do fundo de sua masmorra,
O que era eu me encara.
Vejo em seu olhar traído
A raiva verter-se em lágrimas
Tão inevitáveis quanto a mudança.
Sinto a dor e o gosto do seu choro,
Pois também eu fui trancafiado,
Jogado num canto escuro de nossa mente,
Posto de lado por ele que agora chora.
Mas agora é minha vez.

Teve sua chance, meu amigo.
Mas cometeu o erro fatal:
Decidir que não precisava de mim.
Eu sei que preciso de você,
E por isso é aí que você vai ficar.
Do outro lado desse espelho,
Onde eu posso te ver
E me alimentar de você.

Não me olhe assim.
No fundo você sabia; sempre soube
Que a sombra não substitui o corpo,
O eco não substitui a voz,
E você não pode tomar meu lugar.
Mas comigo aqui fora,
E você aí dentro
Podemos ser o que precisamos ser:
A soma de nós.

sábado, outubro 16, 2004

Problemas da Vida Moderna

Sou um bicho acuado
Encurralado por um turbilhão de sons.
Gritantes.
Irritantes.
Destoantes.

Deixo que se misturem,
E o turbilhão me transpassa.
Torna-se um eco distante.
Não de meus ouvidos,
Mas de minha cabeça.

E assim por um instante
Tudo fica quieto.
O bastante para que me alcance
E se faça ouvir
O som do que é importante.

A vida.
Fluindo
Correndo
Pulsando...

As pessoas.
Sorrindo
Sofrendo
Gozando...

Mas o momento se estilhaça
E recai sobre meus sentidos
A mácula dissonante,
O grito lancinante:
Sinfonia agonizante.

Fecha o círculo.
O turbilhão vem e eu fujo.
Pra longe, pra dentro.
Até o dia em que ele me engula e transforme
Num barulho.
Um chiado.
Ruído irrelevante.


* * *

Aproveitando a ocasião...

vou mandar um beijo muito grande
pra alguém muito especial
que se encontra muito longe
mas que eu sinto muito perto

saudade...

quinta-feira, setembro 09, 2004

Surpresas


Ao longo de nossa existência, criamos ou aceitamos limites dentro dos quais nos condicionamos a viver nossas vidinhas: coisas que nunca faremos, lugares aos quais nunca iremos, coisas que nunca deixaremos de fazer, pessoas com quem nunca voltaremos a falar, idéias que nunca questionaremos. Sem qualquer exceção, toda pessoa vive dentro desse cercado moralista, ou ideológico, se assim soar melhor.

Metaforicamente falando, muitos destes limites se encontram além do alcance da vista, e raramente chegam a incomodar. Contudo, algumas dessas fronteiras auto impostas se encontram muito próximas, e nos é possível vislumbrar o que há do outro lado. Nessas horas somos capaz de ver tudo aquilo de que nos privamos, muitas vezes em prol de pouco mais que nossa imagem.

E é justamente para além dessas fronteiras que olhamos naqueles dias em que temos raiva de nós mesmos por não sermos tudo aquilo que esperamos. Nessas horas, a melhor coisa a fazer é ligar aquele maravilhoso "botãozinho do foda-se" e dar o temeroso passo adiante. Pois ao chegar do outro lado você descobre que nada desmoronou, apenas seu horizonte se tornou mais amplo. E agora você tem o privilégio de conhecer mais de si mesmo, e isso é um presente de valor inestimável. No caso de você não gostar do que descobrir seu cercadinho estará te esperando, mas é improvável que você queira voltar.

A vida nos guarda muitas surpresas. Muitas delas boas e tantas outras não. Mas para alcançá-las é preciso querer ir além daquele mundinho aconchegante e asfixiante ao qual temos a ilusão de pertencer. É preciso que se ambicione ser e ter algo mais.
Para os que conseguem, a recompensa é o simples fato de tê-lo feito.
Lembrando e completando as palavras de um bom e velho amigo...
Podemos ter muitos dias bons e ruins, muitos empregos, muitos amigos, muitos amores, muitos endereços e muitos qualquer coisa que voce queira imaginar.
Mas só uma vida.

sábado, agosto 28, 2004

É difícil de explicar...
mas o crédito do poema a seguir
talvez não seja todo meu.
Da mesma forma, o sentimento não é todo meu
ele está misturado com mais alguma coisa.
Uma coisa difícil de explicar.



Queda

Meu castelo de cartas está ruindo
Desesperado tento ampará-lo
Enquanto ele cai sobre mim
Cada carta que cai corta minha pele
E junto das cartas escorre meu sangue
Estou coberto de sangue e pedaços de minha vida
Que se desmancha por entre meus braços
Tento juntar os pedaços
Mas as cartas continuam caindo
Dilacerando meus sonhos
Manchando de sangue e dor
O que de mim ainda está em pé
A última carta vem abaixo
E me leva com ela
Pro chão
Choro como uma criança estúpida
Não posso reconstruir meu castelo
Com um baralho de cartas marcadas
Tingidas pelo sangue de um tolo
E lágrimas não serão suficientes para limpá-las



terça-feira, agosto 17, 2004

Só pra lembrar que eu consigo escrever coisas que prestam de vez em quando...


Torpor

Quero me embriagar,
Me perder
Me encontrar
Me esquecer
Mergulhar
Me fundir
Existir
Ecoar
Em você.

Dia Ruim

Tô puto da vida.
Onde foram parar todos aqueles planos que pareciam perfeitamente possíveis e realizáveis ?
Acho que vomitei eles junto com aquela vodka sem vergonha que acabou com o meu fígado.
Cadê aquelas pessoas novas e interessantes que eu iria conhecer aos montes?
Onde ficam todos os lugares incríveis que eu fatalmente visitaria?
Com certeza não estão no meu saco, pois tenho coçado ele bastante e não vi nada.
Às vezes queria ser capaz de chutar a minha própria bunda.
Que foi? Achou que eu estou parecendo adolescente deprimido?
Vai se foder então. Não me enche que hoje eu não tô bom.
To de saco cheio de ser legal e bonzinho.
Saco cheio de...
Quer saber? Não vou rimar pra fazer final bonitinho.
...
droga...
Ah, foda-se.