Quickened

The world's little window to myself

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, Brazil

terça-feira, julho 29, 2003

Nota do autor: o texto a seguir é puramente literário, e não é necessariamente uma expressão de crenças ou concepções de seu autor.








Teatro Dos Vampiros


Ato I




Eu sou a dor, a miséria, a fome, a guerra e o desespero.
Eu sou a traição, a ganância, o ódio e o ópio.
Eu sou o Diabo e o Inferno; o fogo e as trevas.
Você me vê no choro da criança suja e fria que foi mordida por um rato.
Você me sente quando deseja a morte do moleque que pegou sua bolsa e saiu correndo.
Você me ouve no grito raivoso do homem no carro do lado.
Eu cerco a todos e moro no íntimo de cada um.
Eu determino a medida de cada homem e cada mulher.
Eu sou a proporção inversa da humanidade.
Na Bíblia está escrito que no começo havia apenas trevas e escuridão.Quem sou eu para contrariar o livro sagrado? Ele mesmo confirma: Eu sou o princípio de tudo. Sou mais antigo que Deus e a própria luz.
Esqueçam o princípio e falemos do fim... Não é o fim a escuridão, o apagar das luzes? Ora, que surpresa...Eu sou também o fim.
Agora olhem ao seu redor e contemplem, pobres criaturas, a irresistível conclusão...
Eu sou o princípio, o meio e o fim.
E assim termina o ato, meus amigos. Fechem-se as cortinas. E a moral é que vocês, seres humanos, são imorais. Definem sua existência por meio de dor e sofrimento. Falam de Deus e de ir pro céu enquanto fazem deste mundo o verdadeiro inferno. Eu sou esse inferno que vocês criaram, eu sou o mal que lhes consome e dá prazer. E àqueles que estiverem prontos para arder, bem vindos ao teatro dos vampiros. Nossas portas estão abertas.





Cai o pano.

quinta-feira, julho 24, 2003

Cheguei à conclusão de que, no universo, existem forças que irresistivelmente se atraem, e , por mais que lutemos contra elas, essa é uma luta vã. Um bom exemplo de tal atração mórbida é a intima relação que existe entre minhas férias e minha desgraça. Trabalhando como professor, tenho o privilégio de gozar de férias duas vezes ao ano,e, se bem recordo, a última vez que tive férias normais foi em Julho de 2000. De lá pra cá, cada um de meus períodos de férias foi acompanhado de algum tipo de misfortúnio, tal como acidentes de carro, operações em ossos quebrados durante acidentes de carro, quedas, torções e opeações em minhas mais importantes articulações, e mais recentemente convulsões seguidas de internação preventiva.
Conclusões? Explicações? Poucas. Apenas hipóteses às quais daria mais crédito se fosse menos cético. Mas vamos a elas:
- o excesso de alegria que sinto nos dias que antecedem minhas férias estaria gerando ao meu redor um campo de energia positiva que atrairia para mim todo tipo de desgraça, as quais são obviamente carregadas com energia negativa;
- após tantas férias perdidas, eu institivamente desenvolvi um instinto de auto-proteção que é ativado na proximidade de minhas férias, e que obviamente faz com que corra enormes riscos de acordo com as leis de Murphy;
- Deus existe e não gosta de mim;
- inveja pode realmente afetar o destino de uma pessoa, e é, de fato, uma merda;
- nossas vidas são afinal regidas por forças invisíveis chamadas "destino", pois seria necessário um plano maquiavélico previamente elaborado por alguém muito sádico para que isso acontecesse comigo;
Minhas considerações finais vão esperar até Dezembro, quando novamente terei férias e o ciclo deverá se repetir. Darei mais uma chance ao acaso ou ao destino, qual deles estiver em controle da minha vida no que diz respeito a isso, porque eu, obviamente, não estou. Mas, sinceramente... acho que ficarei um pouco decepcionado se nada de ruim acontecer. Talvez ligue para meu ortopedista e agende aquela operação de joelho que ainda falta fazer...

sábado, julho 12, 2003

“When something is useless, it doesn’t waste your time. The internet wastes your time, so it’s actually less than useless”

“If you want to see the internet, look at yourself.”

“ The internet is the magic mirror of Snow White and the seven dwarves.”


Michio Kaku

sexta-feira, julho 11, 2003

Para você:

Torpor

Quero me embriagar,
Me perder
Me encontrar
Me esquecer
Mergulhar
Me fundir
Existir
Ecoar
Em você.


Feliz aniversário.

DIÁLOGO INTERNO

Eu: Por que lemos livros e histórias em quadrinhos?
Pra que assistimos TV ?
Por que jogamos RPG, vídeo-games ?
Por que vamos ao cinema e ao teatro?

Ego: Pra vivermos por instantes vidas mais interessantes que nossas próprias.
Sentir por meio da farsa o que de outra maneira seríamos incapazes de sentir.
Relacionarmo-nos a pessoas que não existem.
Afeiçoar-nos àqueles que nem sabem que existimos.
Porque, sem nada disso, ao homem pouco resta além da relação consigo mesmo e com o outro, identidade e alteridade.

Eu: (...)

Eu: Mas o que há de errado com pessoas? Porque buscar no irreal refúgio de si mesmo e dos outros? Não deveríamos estar satisfeitos de nos termos, bem como nossas famílias, nossos amigos, nossos amores? Isso não deveria nos bastar?

Ego: Pessoas são assim. Simplesmente. Isole um homem de tudo e de todos, e tire-lhe chance ou esperança de rever qualquer resquício da civilização. Ele morreria de tristeza. Faça a mesma coisa com dois homens e eles se matariam. Se as pessoas se dessem tão bem não diriam que o cachorro é o melhor amigo do homem.


Eu: Bobagens hipotéticas. Somos inertemente dependentes da troca de energia, conhecimento, emoções e até mesmo de fluídos decorrentes da interação de duas ou mais pessoas. É o que nos sustem e nos mantêm sãos. A grande força está em conhecer-se e ao outro.

Ego: Sim. Mas o homem não está apto a apreender tudo que é. A interação nos é necessária, sem dúvida. Tanto quanto o isolamento. O Sol também nos mantêm, mas longos períodos de exposição podem causar danos irreparáveis. Por isso precisamos dar vazão à razão. Precisamos fugir para o país das maravilhas.

Eu: Besteira. É apenas uma questão de tempo até que tais necessidades tornem-se insignificantes. A grande chave de nosso futuro está na total compreensão do potencial humano. Evoluiremos além da necessidade de qualquer tipo de escapismo.


Ego: Entendo... poderíamos continuar, mas não há mais necessidade de estendermos nossa conversa. Você já está pronto para retornar à sua vida: seus amigos, sua família e seus amores. E ego, a quem você criou com o único intento de ecoar e repetir seus próprios medos e esperanças, de responder suas próprias perguntas, serei esquecido e desfeito até que você fuja novamente, quando estarei te esperando. Agora vá.

quarta-feira, julho 09, 2003

Pois é meus queridos amigos. Olha aqui o meu blog. Se já tem até analfabeto entrando na faculdade, é apenas lógico acreditar que aqueles como eu - completamente idiotas e apáticos diante de um computador- encontrarão seu espaço neste confuso e fascinante mundo digital. Resolvi deixar que esse blog se crie sozinho, sem grandes planos ou ambições de mudar o mundo, salvar pandas, criticar o sistema, divertir ou entreter. Na verdade, sinto informar meus ainda inexistentes leitores que criei esse blog mais para mim do que para qualquer um deles. Como fato decorrente, devo previni-los que não espero que gostem ou entendam tudo que lerem aqui. Mas se alguma linha de algum post fizer algum leitor parar para pensar por alguns instantes...legal.