Tchau, Vó

Adeus à minha querida vozinha.
Que adorava flores
Adorava a família
Adorava cozinhar
Adorava a vida, sobretudo.

Não tenho sua foto,
Ou mesmo algo escrito
Só tenho lembranças...
Do sorriso de braços abertos.
Da alegria que tinha e dava a todos.
Da inocência tão doce e tão sábia.
Do amor descomplicado
Da simplicidade que fazia das palavras mera futilidade.

Fique bem, vozinha.
Nós também ficaremos, não se preocupe.
Só um pouco mais tristes,
Só um pouco mais cinza.

De seu neto.

Tempos Modernos

Talvez a única verdade absoluta de nosso tempo seja que a verdade absoluta deixou de existir há muito tempo. O homem moderno vive em um mundo de verdades fragmentadas, pequenos microcosmos que se criam e se vão rapidamente, misturando-se num fluxo que nos carrega através do tempo.
Um homem inteiro e indivisível não pode mais apreender o universo a seu redor. Para tal ele também deve fragmentar-se, seguindo o exemplo de nosso grande mestre Fernando Pessoa, de modo que possa dar contar de um maior número de verdades, ou de uma porção maior da verdade.
Foi por isso que resolvi dar uma voz a alguém que há tempos mora aqui dentro de mim, e que cada vez exige mais espaço. Alguns diriam que ele é o lado "dark" de minha persona, mas na verdade eu acho que ele não passa de um romântico incorrigível, que vez por outra toma o controle da situação e me obriga a fazer e dizer coisas que nem eu acredito. Mas verdade seja dita: eu amo esse cara. E esses são tempos em que, muitas vezez, ele tem me carregado nas costas, me levando por caminhos tão improváveis quanto agradáveis.
Agora ele fala todos os dias num cantinho chamado "Teatro dos Vampiros" (link ao lado), e está pronto para recebê-los de braços abertos.
E como ele mesmo se despediria:

Dark kisses...

SANGUE E SILÍCIO

Estou frente à máquina. Ela é fria, estéril. Impassível. Custa-me acreditar que esse emaranhado de fios, peças plásticas, metal e silício permita-me tocar pessoas nos mais distantes e inacessíveis cantos desse mundo. Contudo, a máquina me irrita. Me coloca, desnudo, frente a frente com aqueles que dela fazem escudo e máscara. Eles se cercam de mentiras nas quais acreditam, e que fazem deles pessoas de mentira, fantasmas.
Mesmo assim, às vezes acho que posso esticar meu braço, e sentir minha mão atravessar o vidro cheio de luz e cor, e percorrer um interminável labirinto de milhões de pedaços de informação e eletricidade, até encontrar uma outra mão. Sentir o toque e o calor de alguém como eu.
Alguém que, como eu, queira humanizar a máquina, torná-la meio, ao invés de fim.
Alguém que alegremente trocaria um sorriso ou um olhar por milhares de palavras digitadas pela metade. Meias palavras, meias verdades.
Esse post é dedicado à essas pessoas, que usam a máquina, sem jamais serem usados por ela.

Nossa Cidade

Sou paulista.
Amo essa cidade.
Aqui tem de tudo.
Lugar pra ver,
Coisa pra fazer,
Gente pra conhecer,
Pastel pra comer,
Chops pra beber,
Cinema grande.
Centro histórico.
Museu moderno.
Música boa.
Casa noturna.
Vida noturna.
Noite noturna.
Aí o céu fecha.
Vem a garoa.
Vem achuva.
Enchente.
Barulho.
Buzina.
Grito.
Berro.
Apito.
Carro.
Susto.
Brecada.
Choro.
Fumaça.
Batida!
Sujeira.
Terra.
Grade.
Tranca.
Raiva.
Fedor.
Suor.
Calor.
Fome.
Medo.
Tiro!
Sono...
Aí a chuva pára, e tudo fica limpo...por um tempo.
De vez em quando dá até pra ver estrela no céu.
E tudo fica bem na terra da garoa.

Novidade

Em parte por causa de minha renomada estupidez no que diz respeito a computadores, que se traduz na pobreza visual do meu blog, e também porque achei bonitinho, resolvi criar o meu "flog", provisoriamente, mas também carinhosamente chamado "Flog do teacher" (que meigo...).
Ainda não sei bem o que fazer com ele. Que tipo de imagens colocar. Por enquanto vcs podem ir até lá e rirem um pouco da minha incapacidade de posar para fotos de modo natural. Boa diversão.

PS: como o link (ao lado) foi feito por mim, existe uma grande chance de que ele não funcione, ou então vá dar no site de alguma padaria. Nesse caso, acessem www.teachermarcos.fotolog.fot.br.

Redenção

Parabéns ao sr. Peter Jackson e cia. pelos 11 oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor.
Parabéns à academia, por deixar de lado seu preconceito estúpido e premiar uma produção neozelandesa (é assim que escreve?) da grande obra de um escritor sul-africano, filho de pais ingleses.
Por fim, parabéns a J.R.R.Tolkien, que presenteou a humanidade com uma obra única, mágica e grandiosa, capaz de transformar seus leitores em reis, guerreiros ou crianças, e transportá-los para um pequeno mundo sem fronteira, que os invade e rodeia, durante um tempo de mito, que passa mas não se conta. Tudo na mais perfeita sincronia.
Obrigado, professor.